Empresas não serão responsáveis por verbas trabalhistas decorrentes da pandemia

As empresas estão correndo o risco de demitir trabalhadores por conta dos decretos municipais e estaduais que restringiram as atividades econômicas empresariais.

Assim, é bom recordar que a Consolidação das Leis do Trabalho determina que paralisações decorrentes de "fato do príncipe" (ou seja, decisão do poder público) tornam esse mesmo poder público responsável pelas indenizações.

Se um empresário for processado por verbas trabalhistas não pagas em decorrência dos atos do poder público, deverá indicar em sua defesa a responsabilidade exclusiva do poder público no processo, para que o processo seja extinto para a empresa, e passe a tramitar numa vara de fazenda pública da justiça estadual (que cuida da responsabilidade do Estado e dos Municípios).

Diz a lei:

Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável.

§ 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público apontada como responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria.

§ 2º - Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação.

§ 3º - Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o feito nos termos previstos no processo comum.

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